O pterígio é um espessamento vascularizado da conjuntiva (membrana transparente que recobre toda a região branca do olho) de forma triangular que se estende do ângulo interno (nasal) do olho em direção à córnea. Enfim, é uma pequena membrana avermelhada na superfície do olho que se prolifera em direção à córnea. É popularmente chamado de “carne crescida” ou equivocadamente de “catarata”. O pterígio, em geral, parte da parte branca do olho (esclera) e pode chegar até a córnea. Não é uma doença ocular infecciosa, mas pode afetar a visão caso se estenda na região central da córnea.
Sintomas de Pterígio
Os principais sinais e sintomas são irritação, vermelhidão, ardor, coceira e sensação de cisco no olho, além de muita sensibilidade à luminosidade (fotofobia).
Causas
A causa exata não se conhece bem até hoje. Pode ser provocado por fatores hereditários ou ambientais e tem maior incidência em regiões tropicais, onde o clima é mais seco e quente. O pterígio ocorre em pessoas que passam bastante tempo diante do ar livre, com vento, principalmente durante o verão e com exposição prolongada ao sol, sobretudo aos raios ultravioletas (UVA e UVB). Ambientes com poeira e o ressecamento dos olhos também favorecem o surgimento do pterígio.
Portanto a causa mais comum é a exposição contínua e crônica dos olhos à luz solar, especialmente sem a proteção adequada, como óculos de sol de boa qualidade. Outro fator que contribui para a formação do pterígio, conhecido popularmente como “carne de olho”, é a exposição direta ao vento e à poluição.
Como ele ocorre?
Tanto a exposição solar crônica como a agressão do vento sobre os olhos faz com que tenha início uma reação inflamatória na esclera (parte branca dos olhos) e na conjuntiva (membrana fina localizada logo acima da esclera e na parte interna das pálpebras).
Essa inflamação resulta na formação de um tecido fibrótico (duro e elevado), por processo de cicatrização, e de vasos sanguíneos. Esse tecido de cicatrização parte de um dos cantos dos olhos (geralmente do canto medial, próximo ao nariz) para o centro, onde estão localizadas a córnea e a pupila. Ele pode ocorrer em somente um ou nos dois olhos simultaneamente.
Complicações
Sua principal complicação, que se configura até como indicação cirúrgica, é o comprometimento visual, que pode resultar em astigmatismo (dificuldade em focalizar objetos de perto e longe).
Isso acontece porque o pterígio nasce no canto e migra em direção ao centro dos olhos, crescendo sobre a conjuntiva. Em uma determinada região dos globos oculares, chamada de limbo, a conjuntiva termina e a córnea (lente não vascularizada, por onde os raios solares incidem e passam para a pupila) começa, para enfim atingir o fundo do olho e formar as imagens.
Quando muito desenvolvido, o pterígio atravessa o limbo e atinge a córnea, o que repuxa e destorce a mesma, desencadeando uma curvatura anormal e levando ao aparecimento do astigmatismo.
Caso o pterígio continue migrando para o centro, pode atingir a pupila e impedir que os raios solares passem normalmente por ela, comprometendo ainda mais a visão (já que o pterígio forma uma barreira na frente da visão, atrapalhando-a).
Aspecto do olho após com pterígio.
Descrição da imagem: é um olho no lado direito de cor clara, que no canto próximo ao nariz, dentro do olho, cresce uma carne endurecida e vascularizada para o centro do olho. Tem seta com indicação de “Crescimento da conjuntiva”
Descrição da imagem: um olho no lado esquerdo do rosto, olho de cor clara e o crescimento de carne endurecida e vascularizada que cresce para a região central.
Como o pterígio tem um aspecto semelhante a um pequeno tumor invadindo a íris e modificando a função visual, muitas pessoas podem ficar excessivamente preocupadas. Por isso, não é hora para conclusões precipitadas. Como dissemos, as alterações visuais ocorrem pela deformação da córnea, que causa astigmatismo. Procure um médico e não fique se preocupando com doenças mais graves como câncer antes de receber o diagnóstico adequado do seu oftalmologista.
Tratamento
No início, o tratamento pode ser clínico. É importante um acompanhamento oftalmológico para se fazer a proteção adequada dos olhos, como uso de óculos escuros e/ou lágrimas artificiais para evitar o ressecamento. Existem casos em que a cirurgia é indicada com o objetivo de que o pterígio não alcance a pupila ou deixe manchas de difícil remoção na córnea, além de poder diminuir a visão ou se tornar antiestético. No entanto, mesmo com uma cirurgia bem executada, o pterígio pode ocorrer novamente.
Muitas pessoas confundem pterígio com catarata. A única semelhança entre as duas doenças, no entanto, é o tratamento exclusivamente cirúrgico.
A catarata é uma doença que atinge o cristalino, parte interna do olho, e dificilmente pode ser visualizada a olho nú. Já o pterígio é totalmente perceptível e atinge a parte externa do olho, a conjuntiva, que é uma membrana que reveste a superfície exposta da esclera (branco do olho) e a parte interna da pálpebra.
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